Considerando o aumento da incidência de AVE na população, especialmente entre pacientes jovens, o papel da fisioterapia torna-se cada vez mais relevante nesse contexto.
É sabido que os primeiros 180 dias após um acidente vascular cerebral, são determinantes para a recuperação dos indivíduos afetados. Posto isto, é de fundamental importância que o trabalho do fisioterapeuta, especialmente nesse período, contemple a especificidade, frequência e intensidade ideais para a obtenção dos melhores resultados possíveis.
O curso justifica-se, portanto, pela necessidade de capacitar fisioterapeutas atentos às disfunções do movimento típicas da hemiplegia e conhecedores das melhores intervenções para cada situação clínica. Desta forma, os alunos terão acesso aos instrumentos mais eficazes para procurar o maior potencial funcional dos seus pacientes. Além disso, o curso visa a preparar os seus participantes com mecanismos de detecção e tratamento precoce de disfunções que, caso não sejam tratadas, podem evoluir com perda definitiva de função, como é o caso da síndrome de dor complexa regional, por exemplo.
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Objetivos Gerais
Capacitar os participantes ao diagnóstico e tratamento das disfunções motoras da hemiplegia e suas intercorrências na fase aguda, de forma a proporcionar um atendimento fisioterapêutico assertivo, resolutivo e baseado em evidências.
Objetivos Específicos
1. Conhecer os mecanismos plásticos subjacentes à lesão neurológica;
2. Conhecer as estratégias de direcionamento desse processo plástico;
3. Aprofundar o conhecimento acerca das técnicas cinesioterapêuticas pertinentes ao universo do hemiplégico agudo;
4. Compreender as atitudes necessárias ao diagnóstico e tratamento precoce das possíveis intercorrências;
5. Refletir sobre as técnicas e procedimentos atuais utilizadas na fisioterapia do hemiplégico agudo, relacionando aquelas baseadas em raciocínio clínico/ evidências científicas.
Módulo 1: Como é que o cérebro aprende? Princípios do treino relacionado à tarefa.
• O processo de degeneração Walleriana
• A síndrome piramidal e suas disfunções motoras específicas
• Plasticidade neural e aprendizagem motora
Módulo 2: O paciente hemiplégico agudo
• Posicionamento no leito – como e porquê? – treino prático
• Transferências – treino prático
Módulo 3: O que fazer perante um músculo paralisado?
• Elicitação de movimento ativo – princípios básicos da irradiação e outras técnicas de resgate do movimento.
• Demonstração e treino prático.
Módulo 4: Avaliação do paciente hemiplégico: pontos principais a considerar:
• Exame da sensibilidade
• Exame motor
• Escalas úteis para a prática clínica
Módulo 5: Intercorrências
• Hipotensão ortostática – cuidados e providências
• Lateropulsão (síndrome de Pusher) – diagnóstico e tratamento
• .Mobilizações sentado à beira do leito
• Mobilizações em pé
• Treino de marcha
• O ombro na hemiplegia – o que fazer para prevenir e tratar o ombro doloroso ou a síndrome da dor complexa regional?
• Mobilizações em DD
• Mobilizações em DL
• Mobilizações em DV
Módulo 6: A mobilização do paciente hemiplégico agudo – objetivos específicos:
• Atividades em decúbito:
• fragmentar o movimento de rolar (atividades em DD e em DL) ponte (DD)
• controlo do tronco sentado – estimulando o controlo da cabeça, do tronco e o fortalecimento do “Core”
• passagem de sentado para de pé – técnicas pela frente e pelo lado.
• Manutenção do ortostatismo:
• apoios alternativos para o ganho da autonomia na postura (marquesa alta, espaldar, suspensão parcial de peso, etc...) – treino prático
• estabilização rítmica – treino prático
• ortostatismo sobre diferentes bases de apoio – treino prático
• Marcha
• .Fragmentar as fases da marcha – treino prático
• Identificar e tratar as disfunções em cada etapa da marcha na hemiplegia – treino prático
Módulo 7: Critérios para prescrição de órteses:
• Para o ombro plégico
• Para a mão plégica
• Para o pé plégico
Módulo 8: O uso de toxina botulínica – critérios
Módulo 9: Inovações no atendimento fisioterapêutico – estimulação transcraniana por corrente contínua – um campo de atuação promissor
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Sem informação
Certificado de frequência de formação profissional, de acordo com o decreto 35/2002, de 23 de abril.
Modo de pagamento
Totalidade
100%
na inscrição
Drª Solange Canavarro
Fisioterapeuta graduada em 1986 e Mestre em Ciências Morfológicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro desde 1999. Aprovada em concurso público, exerceu o cargo de Oficial Fisioterapeuta da Aeronáutica, tendo servido no Hospital de Força Aérea do Galeão por
mais de 30 anos, onde atendeu pacientes neurológicos desde a fase aguda até o estágio ambulatorial e acumulou vasta experiência não apenas no atendimento a pacientes neurofuncionais, mas também em supervisão de estagiários. Dedica-se à docência da Fisioterapia desde 1990, tendo tido experiência em graduação e pós-graduação. É sócia fundadora da Associação Brasileira de Fisioterapia Neurofuncional (ABRAFIN) tendo presidido esta entidade desde a sua fundação em 2009 até 2016. Após aprovação em certame público de caráter nacional, em 2018 obteve o título de especialista profissional em Fisioterapia Neurofuncional pela ABRAFIN. Atualmente é diretora da clínica “Ciência em Movimento – Fisioterapia Neurofuncional”.
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- Dar resposta efetiva a pacientes com hemiplegia, que pode ocorrer em consequência de diversas doenças, como: AVC, TCE, tumores, esclerose múltipla, entre outras e que são cada vez mais comuns na população (aumento crescente da incidência de AVC em jovens).
- A qualidade da intervenção do fisioterapeuta nos 180 primeiros dias após uma lesão cerebral é determinante para a qualidade de vida destes pacientes no longo prazo, bem como para o retorno da sua funcionalidade.
- Uma intervenção mal direcionada por parte do fisioterapeuta está diretamente relacionada com a morbidade destes pacientes, bem como com o surgimento de complicações e deformidades que podem inviabilizar o retorno das funções dos pacientes hemiplégicos.