Assim como os profissionais de saúde podem intervir na reabilitação de qualquer outra cirurgia, a cirurgia plástica e reconstrutiva não é diferente. Conhecer as principais cirurgias da face e do corpo e a intervenção adequada no pós-cirúrgico é o que lhe propomos nesta formação.
Numa cirurgia plástica o corpo é sujeito a uma série de intervenções que lesam os tecidos, principalmente cutâneo e adiposo. É na preparação e reabilitação do tecido sujeito à intervenção, parte essencial do sucesso da cirurgia, que entra a fisioterapia com um papel de destaque.
Na fase pré-cirúrgica, a preparação da pele ao nível da hidratação, elasticidade local dos tecidos e eliminação das toxinas, pode fazer toda a diferença no sucesso do procedimento cirúrgico, potenciando uma recuperação mais rápida e funcional.
No pós-operatório, a análise do atrofismo cutâneo e muscular, do edema, do estágio da cicatrização face ao tipo de cirurgia realizada são parte da avaliação minuciosa que permitirá estabelecer um rigoroso protocolo individualizado para auxiliar na aceleração do processo de reabilitação, na restauração da funcionalidade e na melhora do quadro álgico, ansiedade e edema.
A preparação e/ou recuperação pós-cirúrgica são especialmente indicadas em casos de mamoplastia, abdominoplastia, lipoaspiração, lifting facial, blefaroplastia e cirurgias reconstrutivas.
No âmbito das cirurgias reconstrutivas destacamos a intervenção do fisioterapeuta na doença oncológica da mama.
A fisioterapia faz parte integrante de todo o processo de cura, a par com os tratamentos e intervenções médicas ao longo das várias fases, nomeadamente:
- Da radioterapia: para minimizar os efeitos da retração tecidual
- Da mastectomia (cirurgia da mama): na reabilitação da cicatriz e da mobilidade dos tecidos circundantes ou da mama restante (nos casos da cirurgia conservadora - tumorectomia)
- Da redução do linfedema
- Da reconstrução mamária: no auxílio do processo de adaptação dos tecidos à prótese ou aos retalhos (dependendo das técnicas selecionadas pelo cirurgião), na modelação da nova mama, aproximando-a o mais possível à forma e posicionamento da contralateral.
O fisioterapeuta assume um papel de enorme relevância no acompanhamento da recuperação da doente oncológica da mama, competindo-lhe esclarecê-la, estabelecer objectivos de recuperação, tratar e melhorar ao máximo a condição da utente e, não menos importante, encorajá-la. É por isso, uma área de intervenção extremamente gratificante, quer pelo trabalho conjunto com a utente, quer pelos visíveis resultados que as terapias manuais permitem obter.
Muitos são os fisioterapeutas que temem intervir na doença oncológica por desconhecerem a possibilidade de intervenção ou até mesmo por temerem que o seu trabalho possa despertar novamente a doença. Por isso mesmo, é fundamental conhecer bem a patologia e as estratégias de intervenção.
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- Conhecer as principais cirurgias plásticas.
- Compreender os mecanismos de resposta neurofisiológica à lesão tecidular cirúrgica.
- Compreender a anatomo-fisiologia dos tecidos tegumentar, fascial, conjuntivo e linfático.
- Compreender as alterações associadas à formação de aderências e fibroses.
- Conhecer os tipos de cicatrizes e os processos biológicos associados.
- Aprender técnicas de terapias manuais como a libertação e mobilização tecidular, mobilizações mioarticulares e fasciais e drenagem linfática adaptada.
- Saber estruturar e aplicar técnicas de reeducação postural direcionadas às retrações provocadas pelas diferentes cirurgias.
- Conhecer os recursos electrónicos de eletrocterapia e fototerapia aplicados ao pré e ao pós-cirúrgico.
- Compreender a aplicação dos recursos electrónicos de eletrocterapia e fototerapia na eliminação de aderências e fibroses.
- Enquadrar a cirurgia plástica no conjunto holístico que é o paciente, relacionando os seus sintomas e compreendendo os mecanismos de compensação.
- Conhecer as principais dificuldades no tratamento do doente oncológico da mama.
- Aprender técnicas de terapia manual aplicáveis no âmbito da reabilitação de todas as fases da doença oncológica da mama.
- Caracterizar o processo da radioterapia e a influência que a retracção tecidual assume no sucesso da reconstrução mamária.
- Modelar a mama reconstruída.
- Prestar aconselhamento nutrição funcional ao utente na compensação das perdas nutricionais decorrentes dos tratamentos.
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Módulo 1 - Terapias Manuais Aplicadas à Reabilitação de Cirurgia Plástica
- Anatomo-fisiologia dos sistemas tegumentar, fascial, conjuntivo e linfático.
- Mecanismos de resposta neurofisiológica à lesão tecidular cirúrgica. Processo de cicatrização
- Resposta fisiológica às forças tensoras intrínsecas e extrínsecas. Miofibroblastos. Formação de aderências e fibroses. Tipos de cicatriz. “Dog ears”
- Linhas de Langer
- Principais cirurgias estéticas
- Complicações pós-cirúrgicas frequentes - seroma, hematoma, inflamação persistente
- Protocolos de tratamento
- Técnicas de terapia manual: libertação e mobilização tecidular, mobilizações mioarticulares e fasciais e drenagem linfática adaptada à reabilitação cirúrgica – prática
- Kinesio taping aplicado à drengame linfática no pós-operatório
- Raciocínio clínico no uso da eletroterapia
- Técnicas de reeducação postural direcionadas às retrações provocadas pelas diferentes cirurgias – prática
- Vacuoterapia – prática
- Análise postural e funcional do paciente submetido a cirurgia no conjunto holístico que é o paciente, relacionando os seus sintomas e compreendendo os mecanismos de compensação. Casos práticos - prática
Módulo 2 - Terapias Manuais Aplicadas à Reabilitação Reconstrutiva da Doença Oncológica da Mama
- Anatomia da mama.
- Tipos de tumores e de cancros da mama.
- Relação anatomo-fisiológica da mama com as restantes estruturas neuro-musculo-esqueléticas.
- Tratamentos médicos aplicados ao cancro da mama e seus mecanismos: cirurgia, radioterapia, quimioterapia e hormonoterapia. Reacções neurofisiológicas do organismo a cada tratamento. Fundamentação teórico-prática da acção da terapia manual.
- Fáscias da mama e terapias manuais aplicadas às retracções fasciais pós-cirurgia e pós-radioterapia.
- Sistema linfático e vias alternativas de drenagem.
- Reparação tecidular e formação de fibroses e de aderências.
- Linfedema – as fibroses e aderências como principais responsáveis pelo défice da circulação linfática. Drenagem linfática aplicada ao linfedema.
- Kinesio taping aplicado ao tratamento do linfedema
- Reconstrução mamária: tipos de reconstrução (retalhos e implantes), técnicas aplicadas à reabilitação de cada tipo de cirurgia.
- A suplementação alimentar na supressão dos prejuízos orgânicos provocados pelos tratamentos anti-cancerígenos.
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Certificado de frequência de formação profissional, de acordo com o decreto 35/2002, de 23 de abril.
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na inscrição
Notas
Inclui material de apoio + certificado de participação + Seguro
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Neide Costa
Licenciada em Fisioterapia (CESPU), com master académico em terapias manuais e em análise biomecânica do movimento. Doutorada em Ciências Biomédicas (CESPU). Fundadora, diretora técnica e fisioterapeuta no grupo Clínica do Corpo. Encontra na fisioterapia dermatofuncional e na intervenção no pré e pós-operatório de cirurgia plástica e reconstrutiva a sua paixão profissional, sendo estas as suas áreas de especialização clínica. É ainda especialista em avaliação e diagnóstico em fisioterapia, terapias manuais e saúde integrativa. Na Master é a coordenadora científica e uma das formadoras do Master em Saúde Estética Avançada. Convidada frequente em programas televisivos, nos quais comenta temas da sua área de intervenção.
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Vai adquirir as competências teórico-práticas que lhe permitirão:
1. Torna-se um profissional mais completo e com maior capacidade para avaliar e correlacionar as disfunções do seu utente.
2. Preparar-se para as novas demandas do mercado, em particular nos pós-operatórios de cirurgia plástica e reconstrutiva.
3. Actuar de forma adequada na reabilitação, tratamento e na melhoria da qualidade de vida do paciente com cancro da mama.
4. Intervir eficazmente a par com os tratamentos e intervenções médicas ao longo das várias fases da reabilitação pós-cirúrgica.
5. Traçar estratégias de intervenção personalizadas a cada utente e a cada tipo de cancro.