Os bebés são muitas vezes incompreendidos. A adaptação extrauterina tornar-se-á mais fácil se houver uma compreensão da sua fisiologia – como funciona, o que a perturba e o que a ajuda a equilibrar-se.
A neurociência tem vindo a comprovar ao longo dos últimos anos, de que forma o processo de vinculação pode impactar o neurodesenvolvimento.
Interpretar corretamente a linguagem do bebé e explicá-la aos pais, vai permitir-lhes atendê-lo em tempo útil, ou até, antecipar as suas necessidades, resultando num bebé mais regulado.
Por outro lado, é cada vez mais evidente a influência do posicionamento intrauterino ou do processo de parto na postura do bebé, resultando em alterações de alinhamentos ósseos, hipomobilidade articular e tensões musculares e fasciais – posturas de conforto, compressões e assimetrias cranianas. Como se explicam? As alterações posturais e características anatómicas da grávida, a sua atividade profissional, o aumento do número de partos programados e de induções, são algumas das causas.
Se existir uma alteração postural irá refletir-se, como seria esperado, no desenvolvimento motor. É muito comum verificar, em consulta, que o atraso, não se trata de um atraso de desenvolvimento mas, por uma alteração do alinhamento ou uma hipomobilidade que não permite fazer determinada aquisição motora.
Acontece, frequentemente, uns dias depois da consulta os pais me dizerem que notam uma grande evolução.
Quantas vezes as cólicas, o refluxo ou a obstipação são normalizados? Quantas vezes é dito aos pais que aos 3 meses tudo se irá resolver? Mas não se resolve!
Se existirem zonas hipomóveis/alterações do alinhamento que estejam a interferir com o normal funcionamento do sistema digestivo, quer seja pela localização quer pela sua inervação. Assim como, na amamentação.
Quantas vezes as mães ouvem que o seu leite é fraco? Ou têm dor ou mastites de repetição? A amamentação é hormonal mas, acima de tudo, é um processo mecânico, que depende da mobilidade e da força das estruturas responsáveis pela abertura da boca e da sucção. Uma boa pega juntamente com uma extração eficaz do leite, resultará numa amamentação indolor e bem sucedida.
Quando corrigimos uma postura de conforto, estamos não só a intervir no sistema musculo-esqueletico, mas a melhorar o sistema digestivo, a potenciar o sistema respiratório, a beneficiar o sistema circulatório, etc, no fundo estamos a induzir uma regulação do SNA, resultando num bebé mais tranquilo e mais saudável.
No entanto, de nada valerá uma hora de trabalho do fisioterapeuta/osteopata se os pais não derem continuidade em casa.
Nós somos o intermediário entre o bebé e os pais. Faz também parte da consulta explicar-lhes a importância do cuidado responsivo na regulação do seu bebé, potenciando o seu neurodesenvolvimento.
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• Compreender e intervir no bebé através da sua fisiologia.
• Compreender fatores disruptores do bem-estar do bebé e estratégias de coregulação.
• Interpretar a linguagem do bebé e explicá-la aos pais.
• Avaliar posturas de conforto e relacioná-las com alterações sistémicas e atrasos de desenvolvimento.
• Corrigir posturas de conforto.
Adaptação Extrauterina:
• Teoria da Vinculação
• Mecanismos de sobrevivência
• Sistema sensorial
• Responsividade/Coregulação
• Linguagem do bebé
Características e Especificidades do bebé:
• Imaturidade neurológica
• Neuroplasticidade
• Esqueleto
• Fisiologia e modulação do sistema Nervoso
Picos de crescimento e saltos de desenvolvimento:
• Alteração de comportamento
• Crises de desenvolvimento
• Etapas de desenvolvimento
Introdução de Posturas de Conforto:
- Tartaruga
- Escorpião
- Banana
- Torcicolo
Introdução àsAssimetrias/compressões cranianas
• Origem
• Características
• Tipos de parto
• Consequências no neurodesenvolvimento
• Relação com as cólicas, refluxo e obstipação.
• Dificuldades na amamentação: pega incorreta, sucção ineficaz, dor.
Avaliação:
• Anamnese: elaboração ficha clínica
• Observação: tipo de postura, pregas cutâneas, manchas vermelhas, manha mongolica.
• Pesquisar zonas hipomoveis: alterações do alinhamento, zonas rígidas, tónus muscular.
Intervenção:
• Fáscia e Sistema fascial:
- Características
- Função
- Fatores perturbadores da mecânica fascial
- Normalização do sistema fascial
• Avaliação/normalização cervico-occipital
• Avaliação/normalização cervical média e inferior
• Avaliação/normalização mandíbula
• Avaliação/normalização região torácica e lombar
• Avaliação/normalização membros superiores e inferiores
• Avaliação/normalização disfunções cranianas
Análise e discussão de estudos de caso.
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Sem informação
Certificado de frequência de formação profissional, de acordo com o decreto 35/2002, de 23 de abril.
Modo de pagamento
Totalidade
100%
na inscrição
Notas
Inclui documentação de apoio + Certificado de formação profissional + Seguro
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Cláudia Costa
Fisioterapeuta desde 2007, com formação em Osteopatia pela ESITEF (2008-2011), iniciou o seu percurso na pediatria há 9 anos.
É pós-graduada em Osteopatia Infantil pela ESSATLA, realizou cursos de especialização com Marco Mastrilo, uma grande referência da osteopatia pediátrica, e encontra-se atualmente a frequentar a formação internacional Enfoque Meningeo do formador Luís Perez Battle, o qual tem impactado muito a sua prática clínica. Alia a neurociência à terapia manual, onde encontra respostas e potencia a sua intervenção. A partir desta base desenvolveu o seu conceito - Abordagem
Fisiológica do Bebé.
Tem a sua própria clínica desde 2014, onde exerce, exclusivamente, prática privada. A pediatria é a sua grande paixão e preenche 90% da sua agenda.
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1. Por não se tratar apenas de um curso de técnicas, permite uma avalição muito mais abrangente e uma intervenção mais assertiva.
2. Ao envolvermos os pais no processo estamos a impactar, não só a regulação física do bebé, mas toda a dinâmica familiar, de que depende a sua estabilidade emocional.
3. Permite desenvolver o raciocínio clínico sem o condicionamento de protocolos de tratamento.