Artigo retirado do blog da fisioterapeuta Tânia Fernandes, formadora da Master para o curso de Avaliação e Intervenção em Escolioses.
O que é?
A escoliose é definida como uma deformidade tridimensional da coluna que é caracterizada pela inclinação lateral e rotação axial das vértebras, com angulações maiores que 10 graus (Ângulo de Cobb), e pela redução das curvaturas fisiológicas da coluna no plano sagital.
Escoliose Idiopática - O termo é aplicado a todos os pacientes nos quais não é possível encontrar uma doença específica que causa a deformidade. Ocorre em crianças aparentemente saudáveis e pode progredir por múltiplos factores durante qualquer período rápido de crescimento.
- Infantil: Do nascimento até os 3 anos de idade;
- Juvenil: Dos 3 aos 9 anos de idade;
- Adolescente: Dos 10 aos 18 anos de idade;
- Adulto: Após os 18 anos de idade.
Causas
As causas da escoliose idiopática são desconhecidas, no entanto, a literatura afirma ser uma patologia multifactorial:
- Factores genéticos;
- Anomalias coexistentes, como estruturas assimétricas do tronco encefálico, ou comprometimento sensorial e do equilíbrio;
- Interacções anómalas entre hormonas envolvidos no processo do crescimento (melatonina);
- Distúrbios da função plaquetária e do colagénio no sangue;
- Distúrbios biomecânicos da coluna como estímulos e sobrecargas assimétricas.
Progressão
A progressão da escoliose ocorre normalmente durante a fase de crescimento das crianças e adolescentes progredindo até atingirem a fase madura de crescimento.
O risco associado à progressão da curvatura é superior em crianças do género feminino, quando a curvatura surge antes da menarca (primeira menstruação).
Quanto mais tempo faltar para terminar o crescimento, maior é a probabilidade da escoliose progredir.
Diagnóstico
Nas idades mais jovens são os pais, professores ou o pediatra que dão o sinal de alerta de que algo se passa com a coluna. No entanto, o diagnóstico é confirmado pelo médico ortopedista após a realização de uma radiografia.
A detecção precoce da escoliose é muito importante para evitar a sua possível progressão e obter um melhor prognóstico. Existem diferentes sinais que podemos observar durante uma avaliação visual que indicam possíveis escolioses. Alguns desses sinais são a elevação de um ombro, desvio lateral do tronco, desnível da pélvis, assimetria das omoplatas e presença de “corcunda” torácica ou lombar.
Tratamentos
O tratamento da escoliose começa com a avaliação e o diagnóstico pelo médico Ortopedista. Se o grau de escoliose for:
10-20 graus: Escoliose leve
- Observação;
- Monitorização durante um período de tempo;
- Estudar necessidade de fisioterapia especializada.
20-45 graus: Escoliose moderada
- Muito importante a fisioterapia especializada (exercícios terapêuticos de correção postural para escoliose);
- Ponderar colete ortopédico, prescrito pelo médico ortopedista.
> 50 graus: Escoliose grave
- O tratamento pode ter que ser cirúrgico;
- Nos adultos: Fisioterapia especializada para melhoria da postura, alivio da dor e função respiratória.
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