Exercício

Biomecânica na corrida: imprescindível estudo dos fenómenos físicos no atleta corredor

Quando falamos sobre lesões em corredores e melhoria do rendimento, o tema biomecânica da corrida frequentemente se faz presente.

O amplo desenvolvimento tecnológico está a influenciar o avanço das ciências da atividade física e do desporto, com repercussões para outras esferas como é o caso da saúde e da recreação.


O presente artigo abordará um tema basilar nesta dinâmica: a biomecânica.


No âmbito das ciências da atividade física e do desporto, é indispensável aplicar os conhecimentos e princípios da Física ao estudo do corpo humano, ao movimento e suas causas, assim como conhecer e controlar os efeitos moduladores que produz a prática regular de exercício sobre a fisiologia de vários dos principais sistemas do organismo humano.


A biomecânica é a disciplina científica que se ocupa de estudar os fenómenos físicos (um lançamento, um desequilíbrio, o impacto sobre o solo durante a corrida, etc.), necessitando de tecnologia para medir diferentes variáveis biológicas e mecânicas. Algumas destas variáveis são complexas e para a sua medição são requeridos instrumentos sofisticados.


Conhecer, em detalhe, os mecanismos intrínsecos subjacentes às adaptações fisiológicas torna-se crucial tanto para explicar os benefícios que a atividade física tem para a saúde, como para a adequada programação e periodização das cargas no treino desportivo, particularmente no caso do desporto de alto rendimento. Em ambas as situações, é preciso, além disso, considerar a variabilidade individual nas respostas biológicas ao exercício físico, uma variabilidade que nestes momentos pressupõe-se relacionada com a diferente dotação genética de cada indivíduo.


Graças às explicações oferecidas por inúmeros estudos científicos, é possível melhorar e entender como os diferentes exercícios ou movimentos devem ser utilizados de maneira adequada para evitar algum tipo de patologia, muscular ou articular, em qualquer região do corpo, através da cinemática, que é um ramo da biomecânica, para interpretar com maior profundidade a descrição do movimento dos corpos no espaço.


Quando falamos sobre lesões em corredores e melhoria do rendimento, o tema biomecânica da corrida frequentemente se faz presente.


Neste contexto, a literatura atual aponta para probabilidades alarmantes: cerca de 50% dos praticantes de corrida irão lesionar-se uma a duas vezes por ano.


Na corrida existe um aumento na força de reação do solo, tornando o aparelho locomotor mais exposto à sobrecarga mecânica durante a corrida quando comparado à marcha, uma vez que há entre 800 e 2000 contactos com o solo por milha (≅ 1,6km), além do aumento na magnitude da força a partir da diminuição do tempo de apoio, ou seja, exposição a lesões.


No contexto desta atividade desportiva, mais importante, portanto, do que identificar o tipo da pisada, é entender como biomecanicamente o corpo se comporta durante a marcha ou corrida, avaliando de forma dinâmica as principais causas de lesões que acometem tanto os corredores recreacionais como os atletas de elite.


Fatores biomecânicos podem favorecer a leveza e a facilidade no deslocamento, além da absorção mais eficiente do impacto, que inibe a sobrecarga nas articulações e lesões.


Aprenda a analisar as fases da corrida, a compreender a sua biomecânica – através dos softwares mais atuais –, a identificar os vetores de força e a criar exercícios para a sua melhoria, com o especialista Tiago Gamelas.

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