A consciencialização da importância dos cuidados de saúde e a crescente literacia em saúde é hoje uma realidade e certamente concordarás comigo quando refiro que a procura de soluções complementares à medicina, nomeadamente na área da pediatria, tem aumentado de modo abismal, ano pós ano.
Na Europa, é elevada a difusão da osteopatia pediátrica entre a população e a própria comunidade médica, sendo comumente aplicada aos recém-nascidos como tratamento e prevenção de diversas condições comuns.
Então permite-me que te fale um pouco sobre este sistema que pode aportar imenso valor à tua intervenção.
A osteopatia pediátrica visa restabelecer a função das estruturas e sistemas corporais, agindo através da intervenção manual sobre os tecidos (articulações, músculos, fáscias, vísceras, tecido nervoso, vascular e linfático).
A base do crânio do bebé é uma região extremamente importante que é submetida a grandes forças de compressão durante o parto, que podem estar na origem de deformações e assimetrias cranianas que podem ocasionar, por sua vez, manifestações clínicas habituais nos primeiros tempos de vida:
- Cólicas e obstipação
- Distúrbios do sono
- Irritabilidade
- Choro prolongado
- Refluxo gastro-esofágico
- Torcicolo congénito
- Dificuldade de sucção e deglutição
- Otites
- Plagiocefalias
Alguns estudos sugerem mesmo que até 80% de todas as crianças contraem lesões no processo do parto.
Já dizia Viola Frymann: "As tensões músculo-ósseas que suporta o neonato durante o nascimento podem causar problemas durante a sua vida inteira".
Reconhecer e tratar estas disfunções no período que segue imediatamente ao nascimento é, por isso, de inestimável importância.
O tratamento osteopático nestes casos incide sobre o aparelho músculo-esquelético, estruturas osteotendinosa, muscular e fascial, mas também sobre o sistema nervoso, digestivo e respiratório, no sentido da reposição, através de suaves manipulações, do equilíbrio cranioencefálico.