Saúde

Correlações neurais nas patologias de joelho

PNS enquanto ferramenta de terapia manual na avaliação e tratamento dos distúrbios do sistema nervoso periférico

Condições clínicas do joelho, principalmente os processos degenerativos (OA), levam a várias manifestações como edema, rigidez articular, espasmo muscular, sinovite e dor. 

Condições clínicas do joelho, principalmente os processos degenerativos (OA), levam a várias manifestações como edema, rigidez articular, espasmo muscular, sinovite e dor. É usual nos tratamentos convencionais tratarem-se as consequências, com recursos terapêuticos como gelo, alongamento e agentes electrofísicos, porém deverá ser recordada a hierarquização das patologias, onde a estrutura neural deve ser analisada e tratada antes da articular e muscular. 

Esta prioridade na reabilitação é justificada porque a inervação do joelho pode ser demonstrada segundo a Lei de Hilton na qual “todos os eferentes motores dos músculos que actuam no joelho carregam ramos aferentes a partir da cápsula do joelho (Horner; Dellon, 1994). Desta forma, haverá uma acentuação dos sinais e sintomas, uma vez que esta rigidez levará à diminuição do movimento articular e consequente inflamação sinovial que, por sua vez, causará mais dor, espasmo muscular e rigidez articular, resultando num ciclo vicioso.  

Este processo álgico é referido também a nível cutâneo, daí que muitas vezes um simples toque superficial num joelho com osteoartrite seja altamente doloroso. Este processo neuropático envolve nervos sensoriais e motores, o que permite afirmar que a osteoartrite é o resultado de uma neuromiopatia (Vas et al., 2014), o que contribui de forma marcada no fenómeno doloroso do joelho. Estes fenómenos contribuem para um estado de sensibilização periférica que, por sua vez, pode dar lugar a um estado de sensibilização central.

Vários estudos têm demonstrado o tratamento para condições dolorosas no joelho por meio de bloqueios neurais (Ilfeld et al., 2009; Lihua; Peng, 2014; Wegener et al., 2013; Laureau, 2012), porém é um método invasivo, caro e apresenta riscos (Laureau, 2012), além de que não apresentam resultados satisfatórios quando comparados a outros métodos farmacológicos. 

A ausência de resultados satisfatórios com o tradicional bloqueio neural, pode ocorrer pelo facto da dor neuropática no joelho não corresponder sempre a alteração do nervo femoral (nervo bloqueado nos estudos em questão), uma vez que outros nervos devem ser considerados como o ramo sensitivo do nervo obturador ou o safeno do nervo motor femoral. 

Assim, uma alteração neural proveniente de uma condição clínica da coxo-femural, a qual irá afectar a parte motora da musculatura periarticular desta região, poderá incidir sobre o joelho. Isto já foi explicado em meados do século XVIII, por Luigi Galvani e comprovado pela lei de Pflüler, por meio de estudos sobre estimulação elétrica neuromuscular, onde se atesta que não só a intensidade mas a duração do estímulo será capaz de promover uma alteração sistémica. 

Desta forma, temos várias possibilidades de origem de dor provenientes de muitos nervos e, por meio da Posturoterapia Neurossensorial (PNS), conseguimos distinguir qual a inervação que está a contribuir para esta condição e assim realizar o tratamento adequado – com base na hierarquia do problema – onde, melhorando a condução deste nervo, se quebra o ciclo vicioso defendido pela Lei de Hilton, levando à diminuição do espasmo muscular e à melhoria da mobilidade articular e consequente redução da sinovite. 

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