Saúde

Recém-nascidos com fractura na clavícula

9% dos recém-nascidos com fractura na clavícula apresentam lesão dos nervos do plexo braquial

Durante o parto podem ocorrer fracturas de ossos longos, nomeadamente da clavícula, associada a determinados eventos. Ocorre espontaneamente em aproximadamente 0,4%-10% dos partos vaginais e raramente em cesarianas. O factor de risco mais consistente é o peso elevado ao nascimento, particularmente superior a 4000 g (macrossomia fetal). Outros factores de risco associados são um comprimento superior a 52 cm, um trabalho de parto prolongadopartos instrumentalizados (fórceps, espátulas ou ventosas) e idade materna mais avançada. Este tipo de fractura está também associado à distocia de ombros.

A sensação de “crepitação” (enfisema subcutâneo), tipo flocos de neve, pode ser palpada no local da fratura. O recém-nascido pode apresentar movimentos espontâneos assimétricos e reflexo de Moro assimétrico. A radiografia da clavícula confirma o diagnóstico.

O aparecimento de calo ósseo (semelhante a um ovo) aparecerá 2 a 3 semanas após a fatura. 

Os recém-nascidos com fratura na clavícula geralmente têm uma evolução sem sequelas a longo prazo e com o crescimento, anos depois, dificilmente se consegue descobrir o lado fraturado. Contudo, cerca de 9% apresentam concomitantemente lesão dos nervos do plexo braquial (habitualmente associada a distocia de ombros). Nestes casos, o seguimento pode passar apenas por vigilância mas em alguns é necessário fisioterapia, ortóteses, cirurgia de reinervação (entre o 3.º e o 9.º mês) ou cirurgias ortopédicas para correcções ósseas/tendinosas, sendo que 80%-90% dos lactentes após o tratamento apresentam recuperação completa.

Joana Cunha de Oliveira e Marlene Rodrigues, em colaboração com Eduardo Almeida, Ortopedista Pediátrico do Centro Hospital do Porto


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Fonte:

Educare

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