Saúde

Casos de AVC em jovens adultos tem vindo a aumentar em Portugal

Está a crescer o número de AVC's entre os 18 e os 35 anos

Quem o confirma é o cirurgião Manuel Antunes, director do Centro de Cirurgia Cardiotorácica dos Hospitais Universitários de Coimbra, que diz que, embora a prevalência continue a ser maioritariamente na terceira idade, o número de casos em jovens adultos deve alertar-nos para a mudança de hábitos diários.  

"Pode dever-se a isquemia ou a hemorragia, mais grave, mas também menos frequente. A hipertensão arterial, a diabetes, os valores elevados de colesterol e triglicéridos e as doenças cardíacas são os principais factores de risco da doença vascular cerebral, em qualquer idade, a par da carga genética", alerta a neurologista Belina Nunes. 

No jovem, o AVC está mais associado a alterações vasculares hereditárias ou adquiridas (como a disseção arterial cervicocefálica), defeitos cardíacos (alterações cardíacas estruturais), cardioembolismo, estados de hipercoagulabilidade, tabagismo, álcool e uso de drogas ilícitas, doenças metabólicas, aterosclerose prematura e, possivelmente, enxaqueca. 

O risco de AVC isquémico num adulto jovem com doença cardíaca congénita pode ser 10 vezes superior ao da população em geral. E, "embora a incidência de AVC isquémico no adulto jovem tenha um pequeno impacto na incidência global de AVC (face ao peso do AVC no idoso), tem, todavia, um grande impacto socioeconómico. É necessário melhorar a prevenção do AVC no adulto jovem através de informação melhorada e precoce e educação da população na correção dos fatores de risco corrigíveis", indica a coordenadora do Núcleo de Estudos de Doença Vascular Cerebral da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, Mª Teresa Cardoso.

O seguimento a longo prazo é importante para reduzir o peso do AVC no adulto jovem, ultrapassada a fase aguda de tratamento e a prevenção secundária precoce. A vigilância epidemiológica contínua reveste-se da maior importância, quer para analisar a evolução temporal e avaliar necessidades no que diz respeito a serviços dedicados, quer para guiar e avaliar prioridades de prevenção e terapêuticas futuras.

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