Saúde

Investigadores do Porto criam sistema de apoio à reabilitação facial

Investigadores do I3S-Porto estão a desenvolver sistema capaz de avaliar as características faciais, estáticas e dinâmicas

Investigadores do I3S-Porto estão a desenvolver sistema capaz de avaliar as características faciais, estáticas e dinâmicas, para auxiliar nas áreas da fisioterapia facial e da cirurgia plástica reconstrutiva da face.

O projecto nasceu a partir de uma parceria com cirurgiões plásticos do Hospital São João, demorou um ano a ser concetualizado e já está a ser posto em prática. 

“Neste momento, está a ser usado já por clínicos, que têm estudado pacientes, antes e após a cirurgia, para ver a eficácia”, constata Paulo Aguiar do INEB e do i3S. A previsão para a chegada do Facegram ao mercado é de, pelo menos, um ano. 

Quando se trata de patologias associadas à face e para que sejam tomadas “decisões clínicas mais apropriadas” é necessário ter “acesso a medidas precisas de como a face se apresenta em repouso e em movimento muscular”, explica Ana Gerós também da equipa responsável pelo projecto.

O Facegram é uma ferramenta que estuda vários pontos da face para ajudar cirurgiões em processos de reabilitação da cara de um paciente, que se justifique por lesões de vária ordem. 

De seguida, cria um relatório de movimentos dos pontos anatómicos mais relevantes da face, relatório esse que vai ajudar o médico a tomar decisões. 

Servir-lhe-á tanto para escolher, por exemplo, a técnica cirúrgica a aplicar como ajuda-lo-á a avaliar se a intervenção e o tratamento estão a evoluir favoravelmente.

Segundo os investigadores, no contexto de cirurgia plástica reconstrutiva, como é o caso de doenças congénitas, queimaduras ou cancro, são necessárias, frequentemente, múltiplas cirurgias para efetivar melhores condições de vida para o paciente. A tecnologia proposta permite tomar decisões clínicas mais ajustadas às especificidades de cada paciente, tornando os tratamentos mais eficazes e reduzindo custos. 

Quanto à fisioterapia, as melhorias são tipicamente subtis e lentas, levando muitos pacientes a desmotivarem e desistirem das terapias, o que origina implicações negativas a médio/longo prazo. O 'Facegram' permite quantificar objetivamente a progressão do paciente, fazendo com que a fisioterapia seja realizada de forma adequada e pelos períodos clinicamente prescritos, referiram.

A equipa colabora com médicos do Serviço de Cirurgia Plástica, Reconstrutiva, Maxilo-Facial e Unidade de Queimados do Hospital de S. João no Porto, nomeadamente com o Dr. Ricardo Horta e desde abril de 2017 o Facegram integra o RESOLVE, um programa do I3S que visa apoiar o desenvolvimento tecnológico e comercial de projetos inovadores na área da saúde com potencial interesse de mercado.

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