Exercício

Feedback e feedforward: qual o ideal?

Os circuitos de feedback só atingem o seu objectivo “funcional” proposto se o “gain” for alto e dentro de certos limites de tempo.

Muitas vezes falamos dos conceitos de feedback e feedforward sem, no entanto, percebermos de forma prática qual a importância destes dois mecanismos no controlo do movimento!


Antes de mais, é necessário entendermos a diferença entre ambos.

Se um controlador (neste caso o SNC) altera os sinais de comando, com base nos seus resultados (ou seja, com base no seu output), esse tipo de controlo é denominado feedback.


Por outro lado, se o SNC fornece o sinal (uma variável ou algumas variáveis) independentemente do seu output, esse tipo de controlo será denominado feedforward.


Relativamente ao feedforward existem alguns aspectos cruciais:

1) a existência de uma estrutura que faz a comparação entre o que foi planeado e o que está a acontecer, para permitir a realização das correções necessárias. Podemos correlacionar com o mecanismo descarga corolária/cópia eferente.

2) gain e delay: o gain pode ser definido como uma proporção/relação/taxa entre uma mudança de variável de controlo e a mudança de uma variável periférica. O delay pode ser medido em unidades de tempo, por exemplo, em segundos ou milissegundos, ou em unidades de tempo relativo, por exemplo, em percentagem de um intervalo de tempo típico do processo.


Assim, os circuitos de feedback só atingem o seu objectivo “funcional” proposto - amplificação ou diminuição de erros - se o “gain” for alto e dentro de certos limites de tempo (delay).


E na prática como podemos utilizar estas informações?

Por exemplo, na realização de uma tarefa na qual a velocidade é vital, o feedforward pode se tornar preferido/“dominante” - lembram-se da importância dos 35 ms do drive neural para os motoneurónios na nossa capacidade de gerar potência?

Por outro lado, se a precisão for mais importante, o controlo de feedback tem uma vantagem.


O ideal? Ser rápido e preciso, ou seja, ágil/coordenado! 


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Um texto escrito por Tiago Rocha, coordenador científico para a área do Exercício da Master - Science Lab. Licenciado em Ciências do Desporto, com especialização em Treino de Alto Rendimento Desportivo, é mestre em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básicos e Secundário, pela FADEUP e pós-graduado em Reabilitação Neurológica (ESS). 

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