Após mastectomia por carcinoma da mama, e mais de um ano e meio a realizar tratamentos de fisioterapia sem sucesso, D.O. procurou a ajuda da fisioterapeuta Neide Costa, formadora do curso Reabilitação da Doença Oncológica da Mama, para recuperar dos tratamentos radioterapia, quimioterapia e tentativa de reconstrução mamária.
Do seu histórico fazia também ainda parte uma rejeição de prótese, devido a infeção por sutura não fechada (a pele estava demasiado necrosada para a cicatriz consolidar). O cirurgião que a havia operado referiu que os tecidos estavam demasiado lesados pela radioterapia e que, devido a essa necrose, seria escusado tentar nova cirurgia.
D.O. não tinha qualquer esperança de recuperar a feminilidade do seu corpo. Conformou-se até à ideia de viver o resto da vida com uma prótese externa (no sutiã), pois na realidade já só queria recuperar a mobilidade do seu ombro e aliviar as dores permanentes de costas.
Na avaliação, verificou-se que os tecidos em torno da região mamária apresentavam retrações severas, o ombro limitação da flexão aos 60° e da abdução aos 45°, quase sem rotações. A pele, fruto de queimaduras decorrentes da radioterapia, apresentava-se extremamente endurecida e acastanhada. Também a musculatura envolvente da região mamária e ombro estava também muito enrijecida, pelo depósito de fibroses.
Após 6 meses de tratamentos bi-semanais com Neide e a sua equipa, D.O. propôs-se a um novo processo de reconstrução mamária. Encorajada pelas fisioterapeutas que a acompanhavam agora, nesta nova e bem sucedida fase, procurou novamente o cirurgião que, após avaliar o novo estado da mama, ainda surpreendido, aceitou tentar nova reconstrução.