É inegável a popularidade das bandas neuromusculares, em particular no contexto desportivo. As fitas cinesiológicas são cada vez mais usadas por atletas de todos níveis e escalões, desde a elite olímpica aos weekend warriors.
Apesar do crescimento desmedido nos últimos anos, ainda persiste um debate significativo em torno da eficácia clínica do tape. Portanto, pareceu-nos um excelente tópico para te trazermos hoje.
O rol de benefícios comumente associados à utilização do tape neuromuscular, antecipa um acréscimo de valor clínico de elevado impacto nos resultados:
- Reduz a dor, edema e rigidez
- Melhora a função
- Atrasa o início da fadiga muscular e cãibras
- Facilita o retorno precoce à actividade ou desporto
Na sequência do que se indica acima pode eventualmente extrapolar-se que terão também uma acção que poderá promover melhora da postura e do rendimento por contribuírem, por exemplo, para melhor gestão de quadros álgicos.
Mas o que nos mostra a evidência?
Embora ainda numa fase muito precoce, há sinais muito encorajadores de pesquisas, bem como um crescente grupo de estudos académicos independentes que sustentam os efeitos positivos do tape:
- Diminui algia e melhora a função em condições dolorosas como fascite plantar e dor patelo-femoral [1, 2]
- Elevar o limiar anaeróbico do músculo durante a actividade de endurance. [3]
- Melhora a força dos músculos não lesionados [4, 5, 6] e reduz a dor [5].
- Melhora a dor, a amplitude de movimento e a função em utentes com conflito sub-acromial [7, 8, 9]
- Estimula o sistema somatossensorial e aumenta o input mecânico e proprioceptivo, inibindo, activando ou facilitando a contração muscular [11, 12]
Importa então perceber como funciona o tape neuromuscular.
Fundamentalmente, o tape prevê aumentar o espaço entre a pele e os tecidos subjacentes (descompressão), o que leva a três efeitos principais:
1. Efeito fluido
- As propriedades elásticas da fita cinesiológica induzem uma elevação vertical da pele (através da formação de rugas) a partir do tecido subjacente, descomprimindo o espaço entre a pele e o músculo (espaço subcutâneo) que contém terminações nervosas e vasos sanguíneos.
- Esta descompressão promove melhoria do fluxo sanguíneo e linfático que se mostra vital numa melhor remoção dos produtos metabólicos associados à contracção muscular e em caso de dor numa mais eficaz eliminação de todos os algógenos profundos.
2. Efeito mecânico
- O tape possui propriedades de alongamento longitudinal de cerca de 140-180%, semelhantes às propriedades de alongamento da pele, músculo e tecido conjuntivo. Desta forma adiciona estabilidade e awareness do alongamento aos músculos, ligamentos, tendões e articulações.
- O tape também pode ter um papel na restauração da mecânica normal de “slide and glide” entre camadas de tecido.
3. Efeito neurológico
- A presença do tape na pele gera um estímulo sensorial local, que de acordo com a teoria das comportas (gate control), irá favorecer uma dessensibilização da área, fazendo com que diminua a percepção dolorosa.
- As propriedades descompressivas do tape reduzem a pressão e a compressão nas terminações nervosas logo abaixo da pele.
- A colocação de tape sobre músculos realmente tensos parece reduzir a resposta ao alongamento, fazendo com que diminua a sintomatologia de tensão e dor.
- A fita cinesiológica colocada sobre tecido inibido, doloroso e lesionado actuará para ajudar a estabilização "activa" do corpo, alterando a actividade e o feedback dos nervos na pele e no tecido subjacente.
A Rocktape orgulha-se em assumir um compromisso com a promoção do conhecimento científico sobre os efeitos positivos das bandas neuromusculares. Deste modo, as suas formações são sempre suportadas numa aprendizagem evidence-based e no conhecimento advindo da experiente prática clínica dos seus formadores.
Com esta opção no leque dos teus recursos clínicos, conjugarás as tuas habilidades de avaliação e diagnóstico com a tua capacidade de análise do movimento humano, com o fim de conceberes uma abordagem mais global e integradora.