A recuperação de lesões envolve um processo complexo em resposta ao trauma. O Apoio nutricional é crucial na fase de regeneração que, orientado e cuidadosamente avaliado segundo a complexidade da lesão, poderá optimizar e diminuir o tempo de recuperação.
Na prática de exercício e desporto frequente, a presença de lesões torna-se um aspecto praticamente inevitável. As consequências provenientes diferem de acordo com a natureza e gravidade da lesão, podendo em muitos casos o tempo de interrupção da prática desportiva ser longo, facto que reforça a importância de um bom aporte nutricional. Estudos (1) comprovam que metade do número de lesões são consideradas graves, levando então a um período de diminuição da actividade física, aspecto que afecta, de forma considerável, a prática profissional desportiva. Assim, é necessário integrar ferramentas que diminuam e optimizem o tempo de recuperação e o apoio nutricional torna-se crucial nesta fase, actuando ao longo das várias etapas de reparação dos tecidos e células danificadas.
Falta de energia, vitaminas, minerais e macronutrientes prejudicam a cicatrização e intensificam a perda de massa e função muscular. Deve, então, existir uma adaptação nutricional aos padrões individuais, cuidadosamente considerada por fim a optimizar a recuperação célere.
De que modo poderá a nutrição intervir no processo de regeneração?
O processo de regeneração de lesões é extremamente organizado. É possível dividi-lo em três etapas:
INFLAMAÇÃO
Sendo o processo inflamatório o início da recuperação de lesões, é crucial saber gerir a alimentação nesta fase. Uma dieta rica em ómega 6, óleos vegetais ricos e gordura saturada irá ser contraproducente pois irá provocar excesso de inflamação que poderá responder no aumento do dano tecidual total. Por outro lado, um regime alimentar com base em gorduras monoinsaturadas e ómega-3 provocará efeito anti-inflamatório e, assim, afectar toda a resposta do organismo ao trauma agudo.
Recorrendo, então, a um bom equilíbrio de gorduras saturadas, monoinsaturadas e polinsaturadas, será possível controlar a resposta inflamatória, tornando-a ideal para a recuperação.
PROLIFERAÇÃO
Após nova vascularização, existe um retorno no fluxo de oxigénio e nutrientes para a área lesada, permitindo a proliferação de fibroblastos. Este novo tecido de colagénio é conhecido como tecido cicatricial. Em casos em que as lesões envolvam a imobilização ou redução da prática de exercício, a perda muscular consequente resulta na diminuição de proteínas miofibrilares, o que irá impedir o desenvolvimento da cicatrização. Assim, a ingestão de macronutrientes como a proteína é significativa.
REMODELAÇÃO
Na última fase de regeneração, o tecido permanente é totalmente reconstruído e reestabelecido. Durante toda esta fase, o gasto energético pode aumentar entre 15% e 50% e o metabolismo acelera. Assim, se a restrição de energia for elevada, a recuperação irá retardar devido a consequências metabólicas negativas. Torna-se, então, fulcral a ingestão de alimentos que proporcionem o aumento da produção energética por parte do organismo.
Num ponto de vista mais específico, os nutrientes são necessários para que se dêem reacções metabólicas, atuando como catalisadores e exponenciando a acção enzimática. Funcionam, também, como coenzimas que trabalham com outras enzimas e como substratos que se auto-metabolizam. A privação destes compromete o sucesso da recuperação de lesão.
Assim, é fundamental que a estratégia nutricional e os requisitos energéticos sejam ajustados ao longo da recuperação e a ingestão de nutrientes permanecer em conformidade.
(1) http://bjsm.bmj.com/content/48/7/610.2.abstract
Fontes:
http://www.precisionnutrition.com/nutrition-for-injury-part-1
http://www.precisionnutrition.com/nutrition-for-injury-part-3
http://www.precisionnutrition.com/nutrition-for-injury-part-4
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4672013/
http://www.modphysique.com/2015/09/nutrition-for-injury-recovery/
Saúde
