Saúde

SUPORTE BÁSICO DE VIDA: ESTÁS PRONTO A ACTUAR?

  • As hipóteses de sobrevivência numa paragem cardio-respiratória variam em função do tempo de intervenção. Estás pronto a agir em conformidade?
    Segundo o Concelho Português de Ressuscitação, 40% das mortes ocorridas antes dos 75 anos são provocadas por doenças cardiovasculares

     

    A maior parte das situações que provocam uma paragem cardio-respiratória (PCR) ocorrem longe do alcance imediato dos profissionais de saúde, o que faz com que a intervenção do cidadão comum seja de máxima importância. Apesar de este ter um papel algo limitado e temporário, é primordial a sua acção. Preconiza-se o início precoce de manobras de suporte básico de vida (SBV), pois as hipóteses de sobrevivência para a vítima variam em função do tempo de intervenção.
    A evidência científica indica que o início de manobras de SBV é um factor primordial para o aumento de possibilidades de recuperação da vítima de PCR, com diminuição de sequelas. 
    De acordo com o INEM, a chegada de um meio de socorro ao local (ambiente pré-hospitalar), ainda que muito rápida, pode demorar um mínimo de 6 minutos. Neste contexto, caso os elementos presentes na situação não saibam agir em conformidade, as hipóteses de sobrevivência da vítima descem de 98% para 11%.

    Assim, levanta-se uma questão decisiva. Estará o cidadão comum pronto a actuar? Será a ausência de formação em SBV pelo cidadão um problema de saúde pública?

    Para o Conselho Português de Ressuscitação, quando as manobras de SBV são iniciadas por alguém que testemunha a PCR, a taxa de sobrevivência aumenta o dobro ou o triplo
    Vários países europeus têm o SBV integrado nos planos curriculares, como é exemplo a Noruega que iniciou a inclusão deste tipo de formação nas escolas desde 1961. 

    Considerando que "as crianças de hoje são os adultos de amanhã", as crianças com formação em reanimação contribuem significativamente para o aumento de adultos com formação em SBV na comunidade.
    Estudos concluem que apenas as crianças com mais de 13 anos conseguem realizar compressões torácicas na profundidade recomendada. Porém, as crianças a partir dos 9 anos mostram competências suficientes para aprender eficientemente as técnicas de SBV, com boa retenção teórica, o que as permite utilizar o seu conhecimento para alertar ou até mesmo instruir os adultos sobre a técnica mais adequada para a realização das manobras.

    Em suma, a inclusão da formação em SBV nos programas escolares traz ganhos efectivos, com diminuição da morbilidade e mortalidade por PCR em ambiente pré-hospitalar. 

    Revista Portuguesa de Saúde Pública

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