Saúde

Drenagem Linfática Manual em Pacientes Oncológicos

Quais as Evidências Científicas e as Recomendações Clínicas?

[Artigo escrito em português do Brasil].

O câncer é um importante problema de saúde pública em todo o mundo. Em 2020, no Brasil, foram estimados 450 mil novos casos (excluindo pele não melanoma), sendo o mais incidente entre os homens o câncer de próstata (29,2%); e, nas mulheres, o câncer de mama (29,7%). Em razão da transição epidemiológica e, principalmente, do envelhecimento populacional, é previsto um aumento de mais de 70% dos casos de câncer no Brasil em 2040. Entretanto, em decorrência da incorporação de novas terapêuticas do tratamento oncológico, muitos pacientes sobrevivem ao câncer. Segundo dados disponíveis no Globocan, foi estimado aproximadamente 1,2 milhão de pessoas sobreviventes ao câncer em 2018 (casos prevalentes). Portanto, torna-se primordial estabelecer condutas que favoreçam não somente a cura, mas também a qualidade de vida dos sobreviventes ao câncer


O papel do sistema linfático na função imunológica e na disseminação do câncer está sendo amplamente estudado. O comprometimento neoplásico dos linfonodos é o sítio mais comum de metástases de tumores sólidos e representa um importante marcador prognóstico e terapêutico. Assim, o tratamento local dos tumores sólidos com cirurgia e/ou radioterapia envolve, de alguma maneira, a abordagem nos linfonodos regionais e um consequente dano a esse sistema. Além disso, o tratamento sistêmico (quimioterapia, hormonioterapia e/ou terapia-alvo) também pode colaborar com o aumento da carga linfática e a diminuição do transporte linfático, aumentando o risco de desenvolvimento de complicações linfáticas decorrentes do tratamento oncológico.


Nesse sentido, os pacientes oncológicos apresentam alta incidência de edemas, linfedemas, trombose venosa profunda e outras alterações, como a síndrome da rede axilar, dor e complicações da ferida operatória, que podem estar relacionadas também com a piora da qualidade de vida dessa população.


A fisioterapia nos pacientes oncológicos promove ações de prevenção, diagnóstico, recuperação e reabilitação durante todas as fases do tratamento do câncer, por meio da utilização de diversas técnicas, recursos e condutas fisioterapêuticas. Entre estas, a terapia manual vem sendo amplamente utilizada, principalmente por meio da drenagem linfática manual (DLM).


A DLM consiste em uma terapia manual específica realizada sobre o sistema linfático superficial, por meio de manobras precisas, leves, suaves, lentas e rítmicas, que obedecem à anatomia e à fisiologia do sistema linfático. Tem como finalidade promover a melhora da absorção de líquido e proteína do interstício pelos capilares linfáticos, da contratilidade dos coletores linfáticos e da absorção de líquido nos linfonodos, aumentando, dessa forma, a quantidade de líquido que retorna ao sistema venoso por meio do sistema linfático. Além disso, por serem manobras que envolvem o toque superficial, a DLM também pode promover melhora da qualidade de vida e redução da dor, ansiedade, náusea e outros sintomas decorrentes do câncer e de seu tratamento.


Entretanto, a DLM, na prática clínica e nos cursos de formação, começou a ser usada de forma indiscriminada e desconsiderando, muitas vezes, os princípios da prática baseada em evidências (melhor evidência científica, experiência clínica e as preferências e expectativas do paciente).


Nesse contexto, este artigo tem como objetivo discutir a realização da DLM na prevenção e tratamento das complicações advindas das intervenções oncológicas e da evolução do câncer. Espera-se que tal artigo de opinião possa contribuir na decisão do fisioterapeuta em realizar ou não a DLM em cada situação da prática clínica.


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