A Direção Geral de Saúde emitiu ontem, dia 13 de Abril, um documento no qual apresenta normas, orientações e informações relativamente ao uso generalizado de máscaras de proteção.
Aplicando-se o Princípio da Precaução em Saúde Pública, "é de considerar o uso de máscaras por todas as pessoas que permaneçam em espaços interiores fechados com múltiplas pessoas, como medida de proteção adicional ao distanciamento social, à higiene das mãos e à etiqueta respiratória", indica a informação número 009/2020 da DGS.
A norma esclarece ainda que existem três tipos de máscaras: respiradores, máscaras cirúrgicas e as máscaras comunitárias
Máscara social (ou comunitária)
É um dispositivo médico? Não
Para que serve? São máscaras descartáveis de papel ou feitas manualmente pela população a partir de pedaços de tecido. Uma vez que o novo coronavírus se transmite por partículas expelidas por quem esteja infetado quando tosse, espirra ou enquanto fala, o objetivo destas máscaras mais simples é o de serem uma primeira barreira para evitar que essas partículas acabem no ar e infetem outras pessoas ao nosso redor. São, assim, recomendadas para quando se vai ao hipermercado ou à farmácia, por exemplo.
Máscara cirúrgica
É um dispositivo médico? Sim
Para que serve? Este tipo de máscara protege o portador de partículas contaminadas que estejam suspensas no ar ou que tenham sido expelidas por alguém doente, ao mesmo tempo que previne que o portador projete essas mesmas partículas para o meio. Não são máscaras ajustáveis ao rosto, mas tapam o nariz, a boca e o queixo. Segundo uma nota do Infarmed, “a principal finalidade” é a de “proteger a saúde e segurança do doente, independentemente de simultaneamente proteger também o profissional”.
Respirador FFP1
É um dispositivo médico? Não
Para que serve? É um tipo de máscara que se ajusta bem ao rosto do portador e que reduz a exposição do mesmo às partículas suspensas no ar. É um tipo de máscara que também tem sido usado no atual contexto de pandemia, mas que já era muito comum, por exemplo, na construção civil ou nas pinturas. Estas máscaras protegem o portador de “algumas partículas metálicas, poeiras de reboco e poeiras de betão”, de acordo com o Infarmed.
Respirador FFP2 (ou N95)
É um dispositivo médico? Sim
Para que serve? É um tipo de máscara mais eficaz do que a FFP1, que confere apenas 8% de fuga para o exterior. Desta forma, protegem o aparelho respiratório do portador contra partículas suspensas no ar e é adequada para “trabalhos com madeira, terraplanagens, pintura à pistola com tinta de base aquosa, bolores e fungos”, segundo o Infarmed. É considerada adequada para gestão clínica pelas autoridades nacionais.
Respirador FFP3
É um dispositivo médico? Sim
Para que serve? É o tipo de máscara facial que maior proteção confere ao portador, por se ajustar muito bem ao rosto e por ser à prova de fluidos. Em Portugal, são consideradas dispositivos médicos, recomendados para serem usados por profissionais de saúde que lidem com pessoas doentes e vulneráveis, protegendo-as e protegendo-se a si mesmos. Segundo o Infarmed, as máscaras respiradoras FFP3 são típicas para “trabalhos com produtos perigosos, como nas indústrias química, farmacêutica e papeleira, serração e filtros”. Ou seja, conferem proteção contra o novo coronavírus.
Tal como até agora, os respiradores e as máscaras cirúrgicas devem ser reservados a grupos específicos:
• aos profissionais de saúde;
• a doentes com complicações respiratórias;
• a quem frequente instituições de saúde;
• a trabalhadores mais expostos ao contacto com o público;
• e a pessoas mais vulneráveis - como os cidadãos com mais de 65 anos, pessoas com doenças crónicas ou imunodeprimidas.
Quem estiver nestes grupos precisa de usar as máscaras cirúrgicas sempre que sai de casa.
A todos os outros é aconselhado que usem máscaras não-cirúrgicas em espaços fechados e com alguma concentração de pessoas.