Exercício

Análise de parâmetros bioquímicos séricos e urinários em atletas de meia maratona

"O diagnóstico clínico de microlesão e overtraining deve sempre ser realizado considerando-se aspectos bioquímicos, clínicos e de desempenho atlético."

O organismo dispõe de diversos mecanismos de produção de energia, síntese, degradação e remoção de compostos que compreendem o metabolismo basal de um indivíduo. A prática desportiva requer uma adaptação metabólica para atender à demanda energética acelerada, bem como a remoção de metabólitos desnecessários para o organismo. A adaptação orgânica depende do tipo, da intensidade e da duração do exercício. Para um bom condicionamento, é necessário que as funções orgânicas do indivíduo estejam plenamente ajustadas, pois a atividade motora implica graus de sobrecargas diferenciadas sobre os sistemas que compõem o corpo humano, marcadamente o muscular e o cardiorrespiratório.


Estudos com atletas de resistência apontam modificações bioquímicas típicas, em 12 a 24 horas após a prática desportiva, caracterizadas por aumento da atividade da lactato desidrogenase (LDH), creatina quinase total e frações (CK-MM e MB, respectivamente). Muitas vezes, a elevação da atividade/concentração de alguns marcadores bioquímicos de lesão não acompanha modificações significativas no eletrocardiograma, no exame clínico ou no desempenho atlético. Essa condição pode ser exemplificada pelo fato de que alguns atletas podem apresentar uma elevação de cerca de 30 vezes na atividade da CK após 24 horas do esforço sem qualquer comprometimento no seu desempenho ou saúde. Por outro lado, um quadro de rabdomiólise pode ser detectado em atletas cuja CK está aumentada em 15 vezes ou ainda menos. Isso mostra a necessidade da intervenção multiprofissional, uma vez que ainda se desconhece o verdadeiro limite bioquímico entre a adaptação ao exercício e o início de overtraining.


Estudos envolvendo valores de referência para parâmetros bioquímicos e hematológicos de atletas profissionais durante uma sessão de treinamento ainda são inconclusivos. Isso se deve ao fato de que algumas alterações bioquímicas são passíveis de influência do gênero, variação cronobiológica, circadiana, repouso prévio, intensidade do treinamento, sazonalidade, condições climáticas, hidratação, entre outros. Além disso, diversos relatos apontam alterações bioquímicas normais que não representam alteração patológica, dificultando o diagnóstico de lesões silenciosas. Dessa forma, o diagnóstico clínico de microlesão e overtraining deve sempre ser realizado considerando-se aspectos bioquímicos, clínicos e de desempenho atlético.


Apesar de estudada exaustivamente desde a década de 1980, ainda há uma grande carência de estudos bioquímicos em atletas sob condições específicas de treinamento, esforço e clima. Essa carência impede a realização de metanálises confiáveis para obtenção de valores bioquímicos de referência em diferentes situações de esforço. Partindo desses princípios, o objetivo do presente estudo foi analisar as alterações bioquímicas agudas de parâmetros laboratoriais de atletas profissionais em início de temporada e submetidos a uma prova de meia maratona.


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